quinta-feira, 11 de março de 2010

A coragem de desistir.

Este título parece conduzir a nossa linha de raciocínio num caminho irónico: numa altura em que tudo e todos usam e abusam de lemas que nos encorajam desde o simples consumismo, passando pela independência da nicotina ou ainda fins mais audazes como a coragem para enfrentar crises e bichos-papões, vem aqui um indivíduo num canto meio escondido da interner contrariar toda uma sociedade. Bem não é de todo essa a minha intenção.
A palavra deveria ser banida do nosso inconsciente. Assim nem daria a tentação de optar por algo aparentemente mais fácil de concretizar. As consequências de seguir pelo cómodo não são as mais desejadas a longo prazo. De qualquer forma o pensamento tende a avaliar o imediato e consequentemente o nível de prazer que possamos atingir.
Pessoalmente sigo o caminho contrário. Desistir é um acto inglório e ter que "engolir sapos" não faz parte da minha ementa. Ou seja, o caminho faz-se com o coração e tácticamente só sei avançar no campo. Treinadores mais evoluídos poderiam perder uma batalha para conseguirem ganhar a guerra. Não consigo discernir a esse ponto: a guerra ganha-se vencendo todas as batalhas. Filosofia com muitos contras.
Há situações que um passo atrás poderá com um esforço extra, significar dois passos em frente. A sabedoria popular e a experiência de algumas pessoas assim o ditam. Considero que essas pessoas são corajosas: desistir de uma vida académica por uma indecisão momentanea, desistir de amar alguém só porque esse alguém não nos olha da mesma forma, desistir de um amigo só porque nos pregou uma partida... Desistir de viver porque a vida nos fez tropeçar.
Gostaria de aprender a desistir, tranquilizar a minha consciência e superar a dor do meu ego. Ou então aprender a confiar na Esperança. Aprender a que tudo virá a seu tempo ainda que a ansiedade de ter o que não tenho seja forte e resistente. Aliviar a carga ou ombros fortes? Cada um que faça o seu juízo.

Como sempre não termino sem uma banda sonora. Aí fica a faixa que me acompanha este pensamento:

4 comentários:

Ricardo disse...

Há várias interpretações para desistir, conforme as circunstâncias. Pode significar um passo atrás, à frente ou uma paragem. Considero esta última a menos saudável das opções. Abstermo-nos de decidir significa abdicar da nossa autenticidade.

Muito bom post :-)

O trolha da areosa disse...

Falar é fácil, é frequente tirar-se conclusões precipitadas, há coisas que não são compreendidas. Sabes que tens o meu apoio! E o maior conselho que te posso dar é dizer-te para pensar num paço de cada vez. O teu próximo passo vai ser longo, não facilites! Depois abre-se um horizonte com muitas decisões possíveis. Diversas oportunidades virão nos vários campos da tua vida. Não as comprometas já, nunca digas nunca!

Ricardo disse...

fodeste tudo com a música :\

RAmaro disse...

Desistir de algo faz parte do quotidiano. O grande desafio é não bater no fundo e não nos conseguirmos levantar, e por vezes um passo atrás significa que iremos avançar com mais força. Desistir? Nunca. Ponderar? Sempre.