sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O mundo é uma efeméride



É incrível a pequenez do Ser Humano e a forma como o indivíduo se sente tão importante. É desejável que tudo gire em torno do umbigo ou então pelo menos que gire de forma controlável. A zona de conforto identificada na "pirâmide de Maslow" é algo tão básico e que transmite a confiança necessária para que se possa pensar num epicentro em torno da vontade própria.

Hoje não escrevo mais um texto. Descrevo uma situação, uma que me fez sentir tão inútil e tão pequeno que senti uma certa dificuldade em encontrar-me por mim próprio. Só depois de uma mensagem escrita de alguém que faz mover todos os dias o epicentro da minha vida voltei a concretizar a minha validade enquanto Ser único.

No âmbito de um trabalho a ser realizado para a cadeira de Laboratórios Multimédia fui com o meu grupo visitar o IPO do Porto. Uma visita muito superficial, onde apenas caminhei pelos corredores banais onde passam centenas de vultos todos os dias. Eu apenas fui mais um entre eles. Nesse caminho passei por algumas salas de espera com ar sombrio e pouco acalorado e uma ala de pediatria que cada "frame" tocou a minha essência. Isto passa, amanhã não será nada!

É brutal o contacto com algo que nos diz que a fragilidade do Ser pode ser assustadora. Pode não, é! E eu sem nada poder fazer além de continuar a respirar... 

Resumindo o meu estado de espírito, tudo o que possa fazer é tão insignificante que me deixa impotente sobre a realidade. Até porque não se trata só de ajudar e partilhar o sofrimento alheio mas sim de uma condição que usufruo agora e não sei quanto tempo demoro a ir "desta para melhor".

Resta-me continuar a aprender a viver ao invés de simplesmente existir. Sinto-me importante e privilegiado pelo que sou para os que me rodeiam. Quero merecer ser o que sou!  E mais uma vez há uma pessoa cuja existência faz com que a minha ganhe nova forma, nova vontade e um sorriso que espero motive aqueles que me olham. É responsabilidade acrescida mas é tão bom saber que se é importante para alguém, de alguma forma saber que se tocou a sua vida.

"Tudo o que eu posso fazer é proteger a felicidade das pessoas ao meu redor." Kenshin, Samurai X.


Partilho um vídeo já pouco "actual" mas pertinente.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Porquê eu?

Boa noite. Mais uma limpadela ao pó e cá vou eu, embalado numa miscelânea de pensamentos que ganham uma forma disforme nas letras que ilustram a publicação. Rebuscado é certo mas com algum sentido porque a mente não costuma imprimir nada do que pensa. E o blog que me ature...

Ultimamente as circunstâncias não me deixam tempo de sobra para falar comigo, situação aliás que me habituei a fazer por muitos anos. Felizmente agora há quem ouse ler-me a mente e aquecer-me o coração com a companhia em pensamento - tão longe e tão perto... E assim há mais frases soltas e perguntas que acabam por ficar sem uma resposta imediata mas que me deixam a matutar baixinho.

Dúvidas?


Mas de que serve duvidar? Ou duvidar do quê? Raios partam tantas dúvidas. Mas afinal duvidar é normal? Ou sintoma de outro qualquer complexo de inferioridade? Seria quase preciso uma travessia no deserto com mais de uma vida para responder a umas quantas perguntas e ainda assim sem certeza de que as respostas seriam correctas ou sequer necessárias.

A maior dúvida que me vai na alma neste momento é curta e nada pertinente. É uma questão que merece diferentes personificações ao longo de 24 horas e que cada espelho teima em apontar na sua direcção. Inquietante? Chata! Nem mesmo quando o Sol brilha me deixa mais relaxado porque para a luz do Sol não aparecer na frente dos meus olhos basta que me foque apenas na sombra. É uma questão de ponto de vista...

Concordo no entanto que a dúvida não tem uso além do crescimento. Duvidar é saudável quando consumido sem excesso. Mas uma gota a mais e o copo entorna!

Termino mais um emaranhado com uma citação, esta vem num livro que quando se sabe ler traduz-se num pedacinho de sabedoria, e diz assim "no amor não há medo. Antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor." 1 Jo 4:18.

Assim é, fácil será partir em silêncio para dar razão de ser a muitas perguntas mas desafio é continuar a negar a tudo e todos esses alicerces (do receio que a dúvida se pode traduzir). Tenho a dizer "VAMOOOOOOOOOOOOOOS!" 



domingo, 23 de setembro de 2012

Existe uma vida nova "ao virar da esquina"



Ora bem, mais uma tarde de chuva, a primeira após o final do verão. Nestes dias mais morrinhentos é quando a nossa mente fica de trazer por casa. E depois de alguns minutos a fazer alguns dos deveres que sobraram da semana de "trabalho" passei pelo meu espaço para colocar em dia o meu pensamento que anda distante, junto de alguém que parece longe no espaço físico mas ao mesmo tempo bate forte e tão perto. Saudades de alguém tão presente...

O tempo de férias passou fugaz. Espero que o último nestes moldes. Sinal de que estaria empregado num futuro próximo pois a vida universitária é muito bonita e irrepetível mas algum dinheiro faz falta.

Numa perspectiva mais futurista enquanto engenheiro não sei o que esperar. Um último ano de curso envolve-me com dúvidas que não findam, desde a simples ideia de o que irei fazer após finalmente terminar a vida académica, quais os objectivos que posso e devo traçar, o que esperar de quem me acolherá, o que é o mundo... Nossa! Sinto um pequeno orgulho por ter chegado onde estou e sobretudo por me sentir com alguma capacidade de terminar uma pequena meta que me levará a trilhar novos caminhos.

Tudo isto apesar da carga emocional que acarreta é ainda assim algo vazio de conteúdo. De que servirá uma carreira bem sucedida se depois de um dia repleto de "emprego" não teria com quem partilhar toda a minha vida?

Quando olho a TV, jornais e os relatos inocentes de alguém a quem o mês tem mais dias que o salário, faz-me aperceber de quão dura é a realidade. Ou então não... Mas já lá vão os dias em que dizia que as pessoas é que fazem da vida difícil. Não sei o que mudou. Mas já não o digo. Compreendo sem nunca ter experênciado o desespero alheio de quem tem que sobreviver com pouco mais que uns trocos que amealha ao longo de 40 horas semanais de trabalho.

Tropecei num acaso que a vida me proporcionou e que me faz traçar objectivos a pensar em mais do que em mim. Já o fazia porque sinto-me na necessidade de ajudar quem me ajudou até aqui. Olho agora com essa condicionante e embora pareça contraditório, é uma excelente sensação.

A vida é um caminho que percorremos segundo as escolhas que fazemos. E assim se torna autêntica. Uma vida nova, uma vida que quero viver. Um caminho que qualquer escolha terá uma segunda opinião. E tudo isto dá algum sentido a uma vida de "emprego". E isto faz-me querer trabalhar com mais motivação, fazer com que o dia passe rápido. Resumindo: é bom demais estar apaixonado!

"A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos." François La Rochefoucauld

Termino com a banda sonora que me vai na alma:
 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Degrau a degrau



Um novo despertar da minha criatividade escrita me trouxe até aqui neste dia. Desde já gostaria de pedir desculpa ao Sr. Blog porque parece que só lhe dou atenção de quando em vez e em termos mais profundos, isto é, quando estou necessitado de falar sem ter que ouvir em troca. Prometo que depois lhe pago uma francesinha e uma boa conversa para deixar os assuntos em dia, até porque mudou a sua aparência, e como costuma dizer-se "aparência" nova, vida nova!

Desde a última vez que cá dei as caras, algumas coisas tem acontecido de realmente relevante na minha vida. Há um post que recordo com especial atenção porque a partir desse momento algo em mim ficou diferente. E a convivência comigo tem-se traduzido entre outras coisas em algum conhecimento sobre aquilo que posso esperar de mim. Isto faz falta sobretudo nos momentos que parecem sair do meu controlo.

 As minhas prioridades sempre foram em primeiro a minha família e pessoas especiais (como alguns amigos e companheiros), a minha cidade (e meu berço) e só depois a carreira profissional, esta que nunca foi motivo de grandes sonhos e ambições. Mas cheguei a um ponto em que a motivação chegou em alta e os resultados começaram a aparecer, ponto este que me levou a, implicitamente, mudar as minhas preferências e objectivos. Considerei até uma carreira fora de portas: pensamento ténue mas que veio com algum sentido. Alguma segurança se apoderou do meu espírito até porque comecei a dar por garantido aqueles que até agora estiveram ao meu lado. Como se fosse assim tão simples... Surgiu então alguém que voltou a baralhar tudo aquilo que se tinha vindo a estruturar desde então, alguém que me fez querer mudar as prioridades e recolocá-las novamente no seu sítio, porque como sempre o meu grande sonho foi ser chefe de família.

Toda esta miscelânea de pensamentos que nem sequer sei qual o sentido que faz ao leitor, fez-me pensar o quê e quem é realmente representa motivação. Dúvida não resta (por enquanto) de que as pessoas e o meu berço são a minha base e assim querer que a minha vida se assente nestes pilares.

E quanto às pessoas? Usando palavras alheias citadas por alguém que merece todo o meu respeito "certeza no presente só mesmo de que um dia poderás contar contigo". Partilho a minha vida com inúmeras pessoas todos os dias mas partindo da certeza anteriormente citada, quero acreditar que todos os dias poderei contar com alguém para além de mim. Estruturando de forma puramente filosófica diria que quero ter pessoas num quarto degrau:

num primeiro degrau estão os amigos, ou seja, todos aqueles que são portadores da minha confiança e com quem eu me preocupo mas sei que de alguma forma são efemérides, passando e deixando a sua marca;

num segundo degrau estão aqueles amigos que além de confiança são pessoas que partilham comigo momentos e sentimentos, porque é necessário algo mais que confiança para haver esta partilha;

num terceiro degrau estão finalmente as pessoas que além de confiança e partilha, são pessoas que tem presença fundamental na minha vida, com um grande grau de intimidade, pessoas com quem preciso de estar e sentir a sua presença, uma espécie de voz da minha consciência, pessoas especiais;

o quarto e último degrau apenas acrescenta uma definição: uns são aqueles a quem considero irmãos que a vida me ofereceu, ao mesmo nível está a minha família (pais, padrinhos e irmão de sangue) e ainda um degrau igualmente nivelado, reservado para aquela que será a mulher da minha vida. Todas as pessoas que estão nesse 4º degrau partilham do mesmo sentimento: amor! Amor que apenas se diferencia na forma de o demonstrar...

Deixo para terminar uma pequena reflexão que cabe a cada um fazer: em que degrau estou nas vossas vidas? Em que degrau estão nas vidas de quem vos rodeia? O quê ou quem realmente interessa ter por perto?

"Nunca quero gostar de alguém a 100%. Tratarei de gostar a 99% e conquistar todos os dias o 1% que falta!"